
Saiba: a desorganização pode ser um sinal de transtorno na saúde mental. Depressão, ansiedade e estresse estão entre os problemas relacionados a ambientes e tarefas confusos.
Mas vamos com calma nessas afirmações.
Sua bagunça não significa um diagnóstico!
A desorganização faz sentido como sintoma de transtornos emocionais apenas quando se faz acompanhar de uma série de outros incômodos.
Se você se sente bem, criativo e produtivo com sua “ausência de regras”, por que enxergar nisso uma ameaça à saúde?
A situação só muda quando a desorganização o deixa infeliz, desmotivado, sempre preocupado com prazos impossíveis.
Por que a desorganização interfere na saúde mental?
Com um exemplo essa relação ficará mais clara.
Então imagine o seguinte cenário: um quarto bagunçado.
Objetos se perdem com facilidade, não é mesmo?
Na desordem, as roupas se misturam, se tornam difíceis de achar.
A desorganização vai se tornando cada vez maior, pois cada vez que se procura por algo, mais coisas são reviradas.
Nada tem seu lugar específico.
No acúmulo de coisas a organizar, a tarefa parece mais e mais impossível.
Não se sabe nem por onde começar!
Quem se identifica com esse tipo de caos pode confirmar: às vezes, o dia já começa mal.
A desordem acaba se refletindo na vida prática: causa atrasos, sensação de sobrecarga e escolhas feitas às pressas.
A confusão de fora invade a confusão “de dentro”
É mais difícil pensar, decidir e encontrar soluções quando nos sentimos soterrados por informações desconexas.
Lógico, essa imagem do quarto bagunçado é apenas uma representação.
A ideia é que você pondere a desorganização em sua rotina, enxergando possíveis pontos em comum.
Então, pergunte-se:
A desorganização atrapalha seu dia a dia?
Causa irritabilidade e angústia?
Faz com que você sinta culpa e vergonha?
Induz sua procrastinação?
Interfere na sua autoestima?
Começou de repente, pois você sempre foi uma pessoa organizada?
Ou, ao contrário, sua desorganização é tão habitual e excessiva que já nem lhe incomoda mais?
Em todos os casos, é interessante que você reavalie o que a desorganização pode estar sugerindo. Afinal, ela pode ser tanto uma causa quanto um efeito de alguma condição associada à sua qualidade de vida.
Entenda melhor.
Como a desorganização causa estresse?
Talvez suas atividades atuais já impliquem num significativo estresse diário. É complicado dar conta de várias funções e ter que se reinventar num mundo que passa por tantas mudanças.
Para alguém que estabelece um passo a passo, a fim de resolver os problemas com ordem e método, as circunstâncias parecem mais gerenciáveis.
Mas, se esse não for o seu perfil, como se sente ao final de uma semana atropelada por afazeres?
O problema não é ter uma semana difícil, com pendências e tempo mal administrado.
O problema é quando essas semanas passam a se somar, provocando um efeito “bola de neve”.
Assim, a desorganização se avoluma na mente.
Há sempre um lembrete de coisas não concluídas — que se sugerem mais complexas do que, de fato, são.
Esquecimentos também são comuns. E, quando lembrados, causam sobressalto e frustração.
O cérebro interpreta essas informações como ameaças e libera cortisol — o hormônio do estresse.
Viver nesse estado de tensão — sem conseguir planejar momentos de lazer, temendo imprevistos e distante de um raciocínio assertivo sobre execução de metas — nos deixa exaustos (física e emocionalmente).
É nesse sentido que a desorganização propicia o estresse elevado, gerando transtornos como a síndrome de burnout e desencadeando a ansiedade.
Desorganização é sintoma de depressão?
Desorganização também pode ser um sinal — ou uma causa — de depressão.
Interpretada como sintoma, geralmente ocorre em pessoas que não tinham o hábito da desordem e, de repente, parecem muito displicentes com sua casa, ambiente de trabalho ou com a própria aparência.
Uma pessoa deprimida costuma se sentir desmotivada, sem propósito, invadida por pensamentos negativos sobre suas capacidades.
Logo, sua atuação no presente reflete a perda do entusiasmo e disposição.
As dores emocionais ocupam grande “espaço da mente” (por assim dizer) e roubam a energia necessária ao desenvolvimento de tarefas práticas, que exigem algum foco.
Em situações de depressão pós-parto, por exemplo, a desorganização pode ser um importante sintoma. A pessoa desiste de tentar ajustar sua rotina, se sente alheia, se considera insuficiente para as funções acumuladas.
Como resultado, a desorganização se impõe no comportamento, explicitando pensamentos e sentimentos também desorganizados.
Desorganização como causa da depressão
Por outro lado, a depressão pode ser uma consequência da desorganização quando a sensação de ingerência sobre a própria vida se torna um grande fardo. Quando se olha para o turbilhão de coisas a fazer, não há ânimo. Não surgem visões otimistas sobre o futuro e qualquer esforço parece em vão.
Pessimismo, estagnação, lentidão e dificuldade de concentração são aspectos característicos da depressão.
Se você enfrenta esses entraves diante da urgência de organização, considere conversar com um psicólogo.
Afinal, não devemos nos acostumar com o que nos causa mal-estar. E a terapia tem, precisamente, o objetivo de nos apresentar estratégias para nos livrar de padrões negativos e disfuncionais. Incluindo a desorganização.
Para saber mais
Você tem outras dúvidas sobre sintomas de saúde mental?
Tem receios sobre o que sua desorganização pode significar?
Gostaria de obter informações sobre a terapia mais indicada para seu problema?
Então escreva suas perguntas no campo dos comentários ou, se preferir, as envie pelo formulário de contato disponível no site!
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