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Depressão pós-parto: o que é e como posso lidar?

sintomas de depressão pós-parto

Entenda o que é, quais os principais sintomas e como lidar com a depressão pós-parto.


Conteúdo deste texto:


A depressão pós-parto é, infelizmente, mais comum do que podemos imaginar.

No Brasil, os sintomas do transtorno afligem 26,3% das novas mães — de acordo com pesquisa da Escola Nacional de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Mas o que, exatamente, caracteriza a condição? Como reconhecer o problema? É preciso buscar tratamento profissional para vencer a depressão pós-parto?

Confira orientações sobre essas e outras dúvidas, no texto a seguir.

O que é depressão pós-parto?

A depressão pós-parto é um distúrbio de humor que acomete mulheres no período de 4 semanas a 18 meses depois do nascimento do bebê. Os principais sinais do problema incluem apatia, ausência de vínculo com o recém-nascido, irritação intensa e choro frequente.

É importante destacar que tais comportamentos podem ser considerados normais, quando ocorrem nos primeiros dias após o parto.

Eles são decorrentes das alterações hormonais, mudanças no estilo de vida e necessárias adaptações à nova condição.

Tais sensações são experimentadas por até 80% das parturientes e recebem o nome de baby blues.

A diferença entre baby blues e depressão pós-parto está na intensidade e persistência dos sintomas.

No primeiro caso, o desconforto tende a diminuir com o passar dos dias e se esgotar em até 2 semanas depois do nascimento da criança.

Já no caso da depressão, os mal-estares se agravam com o tempo, resultando num esgotamento profundo, melancolia crescente, dificuldade para realizar atividades rotineiras e sentimento de incapacidade quanto aos cuidados exigidos pelo bebê.

Quais são as causas da depressão pós-parto?

O primeiro equívoco a ser descartado é a ideia de que a depressão resulta de alguma coisa que esteja sob controle da mãe.

Ou seja, a causa do abatimento não está relacionada ao caráter ou algo que a mulher esteja — ou não — fazendo.

Geralmente, o transtorno é desencadeado pela somatória de motivos de ordens físicas e emocionais. Dentre esses, é preciso considerar:

  • mudanças hormonais (queda abrupta de estrogênio, progesterona e hormônios produzidos pela tireoide);
  • privação de sono;
  • alimentação inadequada;
  • estresse proveniente de eventos que ocorreram durante a gestação ou logo após o nascimento (divórcio, luto, mudança de emprego ou moradia…);
  • preocupações financeiras;
  • baixo índice de ômega 3;
  • insatisfação com a gravidez;
  • isolamento social;
  • instabilidade no relacionamento;
  • ausência de apoio familiar;
  • insegurança quanto à capacidade de cuidar do bebê;
  • problemas de saúde (da mãe ou do recém-nascido);
  • histórico de depressão em outro momento da vida ou durante a gravidez;
  • problemas relacionados à baixa autoestima (bastante recorrente, em função das mudanças no corpo e no estilo de vida).

Qualquer parturiente está sujeita a enfrentar o problema. Inclusive aquelas que já tiveram outros filhos. Cada nascimento é uma situação distinta. Portanto, é sempre possível que as reações pós-parto também sejam diferentes.

“Há esperança em saber isto sobre a depressão pós-parto: você não é a única a experimentar esse confinamento e loucura criando um caos dentro de si.” — Judy Dippel

Quais são os sintomas da depressão pós-parto?

Sem tratamento, os sintomas de depressão pós-parto podem se agravar e persistir por anos.
Sem tratamento, os sintomas de depressão pós-parto podem se agravar e persistir por anos.

Os sintomas da depressão pós-parto não são idênticos para todas as mulheres. Na verdade, mesmo na experiência individual os sinais podem variar, de dia para dia.

Os relatos de quem enfrenta a condição compreendem fatores como:

  • exaustão;
  • compulsão alimentar ou, ao contrário, falta de apetite e aversão à comida;
  • insônia ou dormir em excesso;
  • tristeza e choro sem motivo;
  • irritabilidade acentuada;
  • ansiedade;
  • ataques de pânico;
  • oscilações de humor inexplicáveis;
  • ausência de vínculo afetivo com o recém-nascido;
  • medo de não ser uma boa mãe;
  • sentimento de culpa, vergonha e inutilidade;
  • baixa autoestima;
  • isolamento da família e amigos;
  • dificuldade para manter a concentração, lembrar de coisas ou tomar decisões simples;
  • desinteresse por atividades que, antes, despertavam o ânimo e entusiasmo;
  • sentimento de desesperança;
  • pensamentos intrusivos sobre causar danos a si mesma ou ao bebê.

Sem tratamento, os sintomas podem se agravar e persistir por anos.

Logo, ao notar um conjunto de indícios — que não desaparecem após as primeiras semanas pós-parto — é aconselhável não adiar a busca por um profissional de saúde mental.


Leia também: Consulta com psicólogo: como é a primeira sessão de terapia?


Como lidar com a depressão pós-parto?

A primeira medida para lidar com o problema é falar a respeito das sensações e incômodos.

Pode parecer uma sugestão simples, mas muitas mulheres sufocam seus sentimentos, por receio de serem mal-interpretadas.

O ideal é que a nova mãe possa desabafar com familiares e amigos, até mesmo para obter ajuda na realização das tarefas.

Porém, caso não se sinta à vontade para iniciar a conversa com as pessoas próximas, a melhor alternativa é procurar por orientações do médico de confiança. Esse, por sua vez, poderá sugerir o tratamento mais adequado, realizando encaminhamento para psicólogo ou psiquiatra.

Depois das consultas com profissionais de saúde e esclarecimentos sobre a condição, será mais simples encontrar a abordagem certa para comunicar os familiares sobre o transtorno — bem como solicitar seu apoio.

Além do plano de tratamento — que pode incluir psicoterapia, antidepressivos ou ambos —, existem outras ações que favorecem a melhora nos quadros de depressão pós-parto.

As principais indicações são:

  • descansar o máximo possível, aproveitando as horas de sono do bebê para dormir também;
  • tirar cochilos que somem, no mínimo, 60 minutos diários;
  • manter uma rotina de exercícios, que pode incluir passeios de carrinho com o bebê ou caminhadas breves (em torno de 10 minutos), repetidas ao longo do dia;
  • cuidar da alimentação, planejando as refeições com antecedência (de modo a garantir que opções nutritivas estejam ao alcance e guloseimas não sejam a escolha imediata);
  • reservar um tempo para o autocuidado e atividades de lazer;
  • realizar sessões de meditação, para relaxar;
  • dividir as tarefas — referentes aos cuidados de casa e do com o bebê — com o parceiro, familiares ou pessoas de confiança;
  • buscar grupos de apoio presenciais ou virtuais, para trocar informações e experiências com outras mães.

Além dessas orientações, é importante ter em mente que o período após o parto é, naturalmente, complexo, pois exige uma série de alterações no estilo de vida.

A depressão pós-parto torna esse momento ainda mais difícil e, se interpretada com descaso, pode se comprometer a vivência da maternidade por longo tempo.

Como ajudar alguém com depressão pós-parto

1. Não a compare com outras mães.

2. Apenas a escute. Sem julgamentos, sem minimizar suas dores ou querer oferecer soluções mágicas.

3. Seja proativo e enxergue como pode auxiliá-la nas tarefas domésticas e cuidados com o bebê.

4. Busque informações sobre a depressão pós-parto, para entender melhor como ela se sente.

5. Lembre-a que seus sintomas não a definem como mãe. Tudo é temporário e ficará melhor, quando ela obtiver tratamento.

6. Sempre incentive a busca por tratamento profissional. Ofereça companhia quando ela for à consulta médica e a ajude a encontrar um terapeuta especializado.

Livros que podem ajudar a entender e lidar com a depressão pós-parto

  • O guia definitivo para o pós-parto. Por Oscar Serrallach. Editora HarperCollins.
  • Mulheres visíveis, mães invisíveis. Por Laura Gutman. Editora Best Seller.
  • Depressão pós-parto: esclarecendo suas dúvidas. Por Erika Harvey. Editora Ágora.
  • Depois do parto, a dor. Minha experiência com a depressão pós-parto. Por Brooke Shields. Editora Ediouro.

Se você se identifica com os sintomas que apontamos neste texto — ou conhece alguém que julga estar passando por tais dificuldades —, entenda que estamos falando de uma condição médica, que necessita de diagnóstico e tratamento específico. E, quanto antes a ajuda profissional for providenciada, melhores os resultados.

Perceber e aceitar que há algo de errado não é um sinal de fraqueza. Ao contrário, representa uma atitude corajosa, imprescindível para que depressão pós-parto seja superada.

“Se você tivesse diabetes, não se negaria a insulina. A depressão pós-parto é uma doença real. Não se negue o tratamento.” — Jen Schwartz

Clínica de Psicologia Nodari
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