
O suicídio na adolescência é um assunto que precisa ser debatido com urgência.
Segundo dados divulgados pela Revista Adolescência e Saúde — publicação oficial do Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente da UERJ — em dez anos, os casos de suicídio na adolescência aumentaram em 40% na faixa etária de 10 a 14 anos.
Entre adolescentes de 15 a 19 anos, o crescimento das taxas de suicídio foi de 33,5%.
O que podemos fazer para mudar esses índices?
Qual o papel dos pais, educadores e amigos para evitar essas tragédias?
O primeiro passo é a conscientização sobre o assunto.
Na prática, isso significa saber:
quais são os fatores de risco do suicídio na adolescência;
quais os sinais de comportamento suicida que podem ser percebidos como alerta;
quais as principais estratégias de prevenção ao suicídio.
Neste texto, você encontrará informações claras e objetivas sobre esses tópicos.
Leia, reflita e, se tiver dúvidas, questione!
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Também disponibilizamos um formulário de contato no site, que você pode usar para conversar com os psicólogos da Clínica Nodari.
Suicídio na adolescência: saiba quais são os principais fatores de risco
As situações que aumentam a probabilidade de um adolescente se envolver em comportamentos e pensamentos suicidas incluem:
Presença de um transtorno psicológico — sendo a depressão a causa de maior destaque entre as vítimas de suicídio na adolescência.
Abuso de substâncias, como álcool e drogas.
Comportamentos impulsivos.
Ser vítima de bullying na escola ou em outros convívios sociais.
Acesso a armas de fogo, medicamentos controlados e outros meios letais.
Conflitos relacionados à orientação sexual — quando o adolescente não se sente aceito ou ele próprio não se aceita.
Ausência de apoio social.
Histórico familiar de suicídio ou doenças mentais.
Violência familiar, incluindo abuso físico, sexual, verbal ou emocional.
Fracas habilidades de enfrentamento.
Experiências traumáticas.
Perdas ou rupturas recentes, tais como divórcio dos pais, morte de um ente querido, mudanças financeiras e afastamento de amigos.
Suicídio na adolescência: sinais de alerta que você não deve ignorar

Sabemos que a adolescência é um período de mudanças. Logo, muitos comportamentos que julgamos “atípicos” podem aparecer.
O mais importante é perceber se os indícios — que listamos abaixo — são recorrentes. Ou se vários deles coincidem com atitudes comuns do adolescente.
Portanto, esteja atento aos potenciais avisos de perigo:
Isolamento social, com afastamento de amigos e familiares.
Mudanças nos hábitos alimentares (perda de apetite ou comer compulsivamente).
Perturbações de sono (insônia, pesadelos, dormir demais ou ficar acordado a noite toda).
Falar, escrever ou pesquisar sobre morte e suicídio.
Uso de álcool e drogas.
Perda do interesse em atividades que sempre gostou.
Declínio no desempenho escolar.
Indiferença a elogios.
Envolvimento com comportamentos arriscados ou autodestrutivos.
Ser descuidado com a aparência pessoal.
Manifestações de tédio, apatia, desesperança, irritabilidade e melancolia.
Problemas para se concentrar, pensar com clareza e tomar decisões.
Suicídio na adolescência: o que fazer para evitar esse desfecho trágico
A melhor estratégia de prevenção ao suicídio na adolescência é a conversa.
Não tenha medo de falar sobre o assunto, especialmente se notar os sinais de alerta que mencionamos acima.
Porém, lembre-se: para que o diálogo tenha efeito positivo, você precisa estar aberto à escuta.
Se o adolescente for recriminado pelo que tem a dizer — ou se suas angústias forem tratadas como “bobagens” —, ele se sentirá ainda pior.
Veja também: Saiba o que NÃO dizer a uma pessoa que pensa em suicídio.
Permita que ele se sinta acolhido.
Afirme que ele não está sozinho.
E deixe claro que você está ali para ajudá-lo a encontrar soluções para os problemas que enfrenta.
Caso o adolescente confirme — com palavras ou atitudes — suas suspeitas de que ele pensa em se matar, não tente resolver a situação sozinho.
Procure ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.
Somente o profissional está apto a identificar (e tratar) distúrbios de saúde mental — presentes em 95% dos casos de suicídio na adolescência.
Tenha em mente que tratamentos psicológicos — mesmo com a inclusão de medicamentos — não surtem efeitos imediatos.
Seja paciente no sentido de observar melhoras e, principalmente, transmita ao adolescente essa compreensão.
Incentive, também, hábitos que favoreçam o bem-estar.
Coisas simples, como o envolvimento com atividades físicas e alimentação saudável, são excelentes recursos para afastar a depressão e ansiedade do cotidiano.
Bons hábitos atuam no equilíbrio de neurotransmissores (substâncias químicas produzidas pelo cérebro), favorecendo a saúde mental.

Outro ponto importante é o estímulo ao convívio social.
Isso não significa “forçar” o adolescente a participar de interações.
Mas faça o seu melhor para criar oportunidades de convivência prazerosa, com espaço à troca de ideias.
E, acima de tudo, expresse seu afeto.
Não espere que as coisas fiquem complicadas para mostrar às pessoas que você ama e aprecia o quanto se importa com elas. O quanto as valoriza.
Não adie um elogio, um carinho, uma gentileza.
Seja presente.
Hoje. Agora.
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Ajude a divulgar informações sobre a prevenção do suicídio na adolescência.
Precisamos quebrar o tabu e o silêncio sobre o tema se quisermos fazer a diferença.
Clínica de Psicologia Especializada em Terapia Cognitivo Comportamental.
Está localizada na Vila Mariana/SP